O que deu nas lideranças nacionais? Verdade que não se faz mais estadistas como antes, mas a coisa degringolou justamente quando mais precisamos de lenitivos.
E não é culpa da pandemia. O fenômeno, ou doença, já vem de tempos.
Lula da Silva (PT), ex-presidente, deu ontem, mais uma nova desastrada frase para o obscuro arquivo nacional de bizarrices públicas.
Como alerta o ex-senador Mão Santa, atentai-vos para o que disse o manda-chuva do PT quando atacava a política econômica do governo: “Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus”.
Sim, o monstruoso “ainda bem” saiu da boca de um ex-presidente popular de dois mandatos numa República do tamanho do Brasil.
O “ainda bem” de Lula veio num dia pra lá de mau, trágico. Na terça-feira em que a Nação chorava o recorde de mortes, em 24 horas, por coronavírus.
No mesmo dia, quase simultâneamente, numa live com o jornalista pernambucano Magno Martins, parceiro de conteúdo aqui deste Blog, o presidente Jair Bolsonaro disse, entre outras coisas, que “quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda toma Tubaína”.
Uma flatulência idiota seguida de risos impróprios, mas distante de superar a ‘satisfação’ macabra do ex-presidente.
Só na noite desse festival de patifaria, Lula e Bolsonaro tinham 1.179 motivos e caixões para segurar suas línguas. E uma procissão de 17.408 famílias de luto para se compadecerem.
E nem adianta o esforço de seguidores das seitas concorrentes para minimizar os excrementos verbais de ambos. Ou muito menos tentar suavizar e chamar “isso” de “força de expressão”.
O que foi dito está dito. As falas não oferecem brechas para meias interpretações.
Quando o cérebro sei trai, as verdadeiras intenções são vomitadas. Como está escrito, “a boca fala o que o coração está cheio”.