Para quem é alvo de pesado bombardeio e protagonista das próprias crises, Bolsonaro exibe uma perfomance de se admirar, segundo as pesquisas (leia análise feita aqui).
Ao que tudo indica, menos por competência própria e mais por incompetência dos seus adversários.
Apesar do festival de bizarrices, Bolsonaro pontifica um mérito estratégico. Na crise da pandemia, tosca e irresponsavelmente ele insufla dois polos extremos dos atingidos pela crise: os trabalhadores e o empresariado.
Os mais pobres são assistidos pelo auxílio e se identificam com o discurso presidencial “em defesa dos empregos”. Os mais ricos, também. Sentem-se representados pela fala a favor da reabertura dos setores produtivos, contrariando todas as recomendações sanitárias e técnicas.
Por último, Bolsonaro conta ao seu favor com a ajuda do cansaço e ostracismo das tradicionais lideranças e partidos. Um espantoso vazio político que botou em evidência figuras como Witzel e Dória. Gente que só empolga os amigos.