Em seu pronunciamento final, Nelson Teich não disse o que motivou sua saída do ministério da Saúde, nem precisava: deixou o cargo para não ter seu nome destruído de vez pela máquina de moer reputações chamada Jair Bolsonaro.
Teich não tinha o respaldo social e político de Sergio Moro para acusações frontais contra o presidente, mas deixou dois pontos muito claros. Não quis se associar à insensibilidade de Bolsonaro (fez isso ao prestar homenagem aos que trabalham na linha de frente da crise sanitária), e anunciou a existência de um plano de diretrizes para ajudar estados e municípios a fim de se diferenciar da dinâmica de atrito adotada pelo presidente.
A nomeação de um substituto enfrentará um obstáculo praticamente intransponível: ninguém que tenha nome a zelar na comunidade científica aceitará o papel de submissão aos “achismos” e obsessões presidenciais, exigência determinante de Bolsonaro para a sobrevivência de seus auxiliares.
Sendo assim, talvez a única solução seja recorrer à disciplina militar.
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