Em toda a história da Paraíba, somente três mulheres colocaram os pés na Câmara Federal, representando o eleitorado paraibano.
Lúcia Braga foi a primeira, em 1986, embalada pelo prestígio do seu marido, Wilson Braga, político com carreira fulgurante, à época.
Ela, porém, nunca quis ser apenas a mulher de Wilson. Tinha voz própria, carisma pessoal e divergia politicamente de Braga em alguns temas.
Às vezes até abertamente. Era dona de temperamento forte.
Era acolhedora por essência. Nas comunidades, onde transitava como se mãe fosse, e na vida pessoal. Adotou três filhos.
Abriu os caminhos da assistência social na Paraíba ao criar, como primeira-dama, o que mais tarde seria a Fundação de Ação Comunitária e para maior presença da mulher na vida pública partidária.
Um dos episódios emblemáticos de sua vida foi a tumultuada filiação ao PT, em 2003. Tida e havida como produto do conservadorismo, sofreu forte oposição e penou para obter aval e ingresso nos quadros do Partido dos Trabalhadores.
Numa Paraíba histórica e genuinamente machista, Lúcia pontuou na política ao lado do marido. Não por trás. E isso diz muito sobre sua personalidade.