“Ando sem otimismo”. O desalento é da deputada estadual por São Paulo, Janaína Paschoal (PSL-foto). Autora do pedido que culminou com o impeachment de Dilma Roussef, a jurista diz que o Brasil está entre um “presidente sem noção da realidade” e uma “oposição corrupta”.
Em entrevista exclusiva ao Portal MaisPB, Janaína considerou o Brasil um país de executivos hipnotizados pelo poder. A saída do ex-juiz Sérgio Moro do governo, na análise da parlamentar, representa “pilares que estão ruindo”.
Uma das razões do seu pessimismo com o país: “foi muito difícil eleger um presidente de direita”, rodeado de “pessoas insanas e cegas” e uma “família que só sabe viver em crises”.
Ela defende a renúncia de Bolsonaro e a predominância da ala militar do governo com a posse do vice-presidente Hamilton Mourão.
Confira o que ela disse ao jornalista Wallison Bezerra:
Qual avaliação que a senhora faz do atual momento do país?
– É um momento grave, talvez o mais grave, pois foi muito esforço para tirar o Brasil das mãos de uma quadrilha. Muito trabalho para eleger um representante da direita e, agora, vários dos pilares que foram eleitos estão ruindo. Parece que o país tem um carma. A situação ganha gravidade, por força da pandemia que assola o mundo.
Quais possíveis erros, então, a senhora aponta nesse momento?
– Os erros são de várias partes. Por um lado, temos chefes de poderes, que parecem mais estáveis psicológica e emocionalmente, mas que não conferem confiança. São ainda hipnotizados pelo poder, pelos elevados gastos, não aceitam cortar na própria carne. Por outro lado, temos um presidente sem noção da realidade, rodeado por pessoas ainda mais insanas e cegas. Uma oposição corrupta, oportunista. Confesso que ando pouco otimista.
Na visão da senhora, quais seriam as soluções imediatas?
– Eu não vejo tempo para impeachment, mormente em meio à pandemia. A meu ver, a solução seria os Ministros Militares convenceram o Presidente a renunciar, mantendo Guedes e trazendo Moro de volta. Falo isso com dor no coração, mas o país precisa de estabilidade e o Presidente e sua família só sabem viver em crise.
Qual a expectativa de futuro?
– Penso ser necessário aguardar a próxima semana, para falar algo sobre consequências e futuro.