O bolsonarismo raiz tem que fazer figa e torcer para a permanência do ministro Sérgio Moro no governo Jair Bolsonaro.
Afinal de contas, assim como Paulo Guedes, o ex-juiz de Curitiba é uma coluna de sustentação do discurso que levou Bolsonaro ao comando da República.
Moro é o pilar da moralidade e do combate à corrupção que Bolsonaro se comprometeu ainda na campanha.
Guedes, cujo ministério caminha para ser esvaziado pela ausência de grandes resultados, foi o sustentáculo do então candidato perante o mercado financeiro.
E é ainda a mola-mestra de confiabilidade do empresariado.
A presença de Moro balançou nas últimas horas com a sinalização do presidente pela mudança na direção da Polícia Federal.
Uma alteração encarada como tentativa de interferência política, um mal do qual a PF vem se blindando há alguns anos, apesar das fortes pressões desde os governos petistas.
E por que os bolsonaristas, os radicais e os moderados, devem torcer para que Moro seja demovido da inclinação pela despedida?
Porque, se Moro cair, rui com ele também um pedaço considerável da credibilidade do governo. E muito da esperança que muitos depositaram no presidente.