Conheci Romero Rodrigues na Assembleia Legislativa. Ele deputado, eu repórter. Vigorava o governo de Cássio Cunha Lima.
Aliado de Cássio numa fase da história política paraibana de intensa turbulência, Romero sempre adotou postura serena, mesmo sendo primo do governador, alvo de impiedosa e organizada oposição.
De deputado federal a prefeito de Campina Grande, o filho do distrito de Galante manteve a linha moderada do Parlamento no Executivo da segunda mais importante cidade do Estado.
Não seria no oitavo ano de gestão, na etapa derradeira de sua aprovada passagem pelo comando do Palácio do Bispo, que se perderia de sua essência, apesar das pressões comerciais e empresariais.
Com presumida boa intenção, Rodrigues chegou perto da tentação de passar por cima de recomendação do Ministério Público (do Trabalho, Federal e Estadual) para reabrir o comércio campinense, em plena pandemia e quando os números ameaçam piorar e abreviar vidas.
Para isso, cercou-se de dados e de um razoável programa de retomada. As estatísticas não foram suficiente para convencer os órgãos do MP.
Advertido, Romero adotou a cautela e o bom senso como bons aliados e decidiu deixar passar as duras previsões para depois iniciar uma “reabertura lenta, gradual e segura”.
Dos pareceres que ouviu, – entre os voluntários conselhos moderados e o gritos extremistas remunerados – ele ficou, ao final, com a companhia da sua própria natureza.
Prevaleceu a moderação e a temperança. Tal qual ensinou Juscelino kubitschek, o prefeito campinense demonstrou que não tem compromisso com o erro. Tem é humildade de voltar atrás.
Um recuo que só causa constrangimento aos radicais. Ao comedido Romero, nenhum.