Impressiona que, na tresloucada luta política vigente, nem neste momento de grave crise nacional há trégua.
Qualquer nação em quadras desafiadoras de sua história tem a capacidade de juntar cacos e unificar-se em nome do inimigo maior.
Nessa pandemia, só deveria haver um; o vírus e, óbvio, suas desastrosas consequências para a estrutura de saúde e o tecido econômico.
Nada do que já está nos abatendo, e provavelmente do que virá, vem sendo suficiente para serenar ânimos, baixar temperaturas, desinflar egos e estabelecer o mínimo consenso nacional.
Imagine numa guerra um povo sendo atacado por um inimigo invisível. Em vez de se aliarem todos internamente contra o adversário externo, este povo briga entre si, fala diversas línguas, se agride mutuamente, o que acontecerá?
Presa fácil, desagregada e sem rumo, tende a sucumbir.
Nessa e em outras batalhas, só temos alguma chance de vitória se voltarmos a conjugar o “nós”. O “nós” contra “eles”, indo e vindo, é improdutivo, histérico e arrogante e só tem servido para a imbecilização generalizada.
Por mais que esteja cada vez mais difícil argumentar e entender, nunca é demais lembrar e até desenhar, se preciso: vírus não tem ideologia. E a vida não tem partido.
Mesmo com todas as diferenças de credo, cor, raça, opinião, quando voltaremos a ser um só Brasil?