Nem Bolsonaro até agora demitiu e nem Mandetta pediu pra sair. Cada qual com suas razões.
Para o presidente, é difícil dispensar o ministro cuja postura técnica e moderada vem sendo elogiada e atestada em pesquisas.
Já Mandetta, médico de formação, não se sente eticamente confortável de abandonar o paciente, no caso o país. Espera a demissão, se vier. Assim, o resultado não será mais da conta dele.
Como nenhuma coisa e nem outra acontece, Bolsonaro pratica seu esporte favorito e frita o seu mais destacado ministro da crise, em plena praça pública.
Se já não fosse suficiente contrariar as orientações sanitárias, o presidente desandou a puxar a orelha de Mandetta em live para seus seguidores.
Politicamente, não existe precedentes de maior constrangimento de um chefe para com um subordinado.
Como não assina a demissão, Bolsonaro optou por coisa pior. Desautoriza o auxiliar, mina suas forças e empareda-o com uma estratégia que lembra bem conhecido bordão militar: “Pede para sair”!
O presidente só precisa cuidar para que a frase não se vire contra ele mesmo.