Passados os primeiros dias do impacto da pandemia que para o mundo, é hora de refletirmos sobre os recados e oportunidades que podem estar por trás desse acontecimento histórico, científico e econômico. Quantos de nós não ouvimos em grupos de amigos, mesas de bares, discussões intelectuais ou até mesmo em pregações religiosas que o mundo estava precisando de um RESET, de um recomeço? Será que o CORONAVÍRUS não é a oportunidade que precisávamos para recomeçar tudo aquilo que tanto desejávamos?
O mundo já testemunhou a Gripe Espanhola (1918/1919), maior pandemia de gripe da história – com um terço da população do planeta infectada e 50milhões de vítimas fatais – a tuberculose, a cólera, o HIV (AIDS), já sofreu com as I e II Guerra Mundial, a nossa geração já se chocou com os desastres naturais (Terremotos, Furacões, Tsunamis, etc), já choramos com os ataques terroristas (11 de setembro), já discutimos sobre o capitalismo X Socialismo, já nos indignamos com as injustiças sociais, e porque não dizer que já nos cansamos da maior chaga de todas: a corrupção.
Corrupção que diferente daquilo que a maioria da população pensa ou julga, não é apenas aquele gesto ou atitude do político em se beneficiar das suas funções para conquistar vantagens próprias, corrupção que está bem mais presente na vida de cada um de nós do que podemos imaginar ou aceitar. Falo daquela corrupção que está por trás no “jeitinho brasileiro” de sempre querer se dar bem em tudo, seja furando uma fila, seja fingindo uma doença não existente para faltar ao trabalho, seja espalhando fake News, ou até mesmo se arvorando na guarda da legalidade para descumprir a lei em busca de um reconhecimento da categoria ou mesmo da nação.
O mundo, através do CORONAVÍRUS, está dando uma oportunidade a essa nova geração (a geração Z, os Nativos Digitais) para recomeçar tudo de novo, RESETAR, corrigir tudo aquilo que nos incomodava. Não adianta pedir para parar o mundo, se nós não temos aonde descer. Vamos nos inspirar nos inúmeros bons exemplos, nos gestos de cidadania, na preocupação com o próximo, na dedicação dos profissionais da saúde (colocando em risco suas próprias vidas em prol da humanidade), na cordialidade, na cumplicidade das relações comerciais que se preocupam em salvar a economia, na esperança… Vamos ser a luz e não o interruptor que apaga a luz.
*Arturo Arruda Câmara – Publicitário (Agência Art&C)