(BRASÍLIA) – O que causa mais medo, no momento, ao jogo do poder? O 15 de março ou o avanço no Brasil do coronavírus, com 52 casos já confirmados?
Ambos assustam. Cada uma em sua medida e a um nicho específico.
O movimento programado para domingo e insuflado pelo presidente Jair Bolsonaro é, ao mesmo tempo, um instrumento de pressão ao parlamento e estratégia de manutenção de militância ativa.
Ele exerce, em algum nível, certo receios a deputados e senadores. Mas só cumprirá seu mister se registrar grande participação popular, o que tem sido colocado em dúvida entre parlamentares ouvidos pelo Blog, aqui em Brasília.
Longe de ser ainda uma epidemia, o coronavírus desafia o Planalto. Como qualquer doença, assusta a população e desgasta governos.
O medo do vírus vem sendo especulado como maior inimigo das manifestações. Acredita-se no Congresso que o receio da contaminação deve afetar o público dos protestos.
Até nesse quesito, 15 de março e coronavírus se conflitam. Para ambos, ainda não há um anticorpo eficaz.