A pré-candidatura do radialista e apresentador Nilvan Ferreira era até agora uma hipótese, uma especulação, uma possibilidade a conferir. Deixará de ser quando sexta-feira chegar e o comunicador cajazeirense – convidado por vários partidos – oficializar sua filiação ao MDB, na sede do partido.
O ato solene marcará a primeira grande decisão de Ferreira; a delicada opção de se lançar, definitivamente, no território da política, um universo complexo, um terreno acidentado e uma atividade de risco. Marca o começo de uma despedida (temporária, em tese) do ofício que lhe projetou para o estado.
Ele certamente calculou que a partir da filiação e da unção pública de um senador e dirigente partidário, tudo o que disser, comentar ou denunciar a partir de agora é impossível dissociar da sua pretensão político-eleitoral.
Será de sexta-feira em diante um pré-candidato no microfone. Administrar essa condição no ar não é uma ginástica fácil. Essa primeira decisão provocou, em cadeia, a tomada de opções. A de filiar-se ao MDB é a primeira delas. Nesse quesito, Nilvan foi pragmático, tanto qualquer veterano.
O MDB – partido da chamada velha política – tem seus ônus, mas na balança prevaleceram os bônus (fundo eleitoral, tempo de propaganda) no quengo do pré-candidato, e este revelou-se exímio articulador ao fechar com a sigla de Zé Maranhão, sem deixar voar o passarinho que já tinha em mãos, o PSL do deputado Julian Lemos, dono de gesto de desprendimento.
A chancela do tradicional MDB passa a favor de Nilvan uma mensagem de consolidação e viabilidade eleitoral. É uma grande legenda se rendendo ao seu presumido potencial de votos. O que tem poder catalisador para outros eventuais apoios.
Receberá críticas pela escolha? Sim. Mas de quem? Ela só carrega alguma coerência se sair de PSOL e PCO, porque todos os demais concorrentes ou já estiveram ou gostariam de estar aliados ao MDB.
Com a filiação ao MDB, a pré-candidatura de Nilvan Ferreira deixou de ser uma aventura. Se já tinha uma tendência de respaldo popular, agora (com MDB/PSL) contabiliza para si a crença de parte do universo dos políticos. O que ele fará com essa soma em seu poder até as convenções dirá onde chegará.