Finzinho de expediente. A tela mostra mensagem no zap. É ela me perguntando uma qualidade marcante em sua personalidade. Sem pestanejar, disparo de um só fôlego pelo menos dez. Teria outras mil. E quantas mais o tempo fosse possível ditá-las.
Todas abreviadas numa palavra: força. Uma força insuperável e que não dá pra dizer direito de onde vem. Nem muito menos para limitar onde pode levar.
Só sei que já me levou para junto dela e me carrega todos os dias para mais perto. Até quando estamos longe, separados pelas estradas, pelas paredes da lida.
Com ela, a arte das palavras se esvai. Torna-se ferramentas inútil, poeira ao vento, tentativa vã de definição. Resta, então, viver intensamente esse sentimento indizível, em que o tempo é pouco e a admiração é tanta.
A sabedoria nata, a personalidade forte, a firmeza do caráter. É com que aprendo, a quem ouço, quedo-me e invariavelmente dou o braço, as pernas e a vida a torcer.
O conselho sincero, a advertência madura e o muito incentivo entusiasmado. Aquela força na hora que o punho fraqueja e a mente vacila.
Mãos acolhedoras para levantar e seguir junto. Para ombrear-se na travessia das mais duras e arriscadas jornadas. Sem perder a fé, o senso de missão e sem reter a companhia leal.
Marly – companheira dos meus sonos e sonhos – é a expressão da multiciplicidade da mulher, essa espécie sagradamente única capaz de ser tantas em apenas uma. E ser completa – imperfeitamente perfeita – em todas.
Ah mulher, maravilha, tu existes! És heroína real bem aqui, no poder de inteirar meus pedaços. És semente, és árvore, és fruto. De dia, trigo do pão que diabo nenhum amassa. De noite, uva e vinho, vide e vida. A que dá mais vida à minha.