Religião e política se misturam? Para essa pergunta, a resposta dentro das igrejas e doutrinas sempre foi “não”.
De tão em voga, esse tema vai ser debate em profundidade na nova edição do Encontro da Consciência Cristã, em Campina Grande.
Três estudiosos e especialistas no assunto vão discutir a problemática: José Mário, Solano Portela e Ricardo Aragão.
Antes do parecer dos teólogos no seminário O Cristão e a Política, de 23 a 25, vale uma imersão superficial prévia.
Religião e política são forjadas em princípios, crenças e regras. Historicamente, a religião, especialmente a cristã no Ocidente, influenciou diretamente em códigos de condutas civilizatórios.
Por exemplo, não roubar é um mandamento comum a ambas. No Direito, matar é crime, conceito que está nos 10 mandamentos bíblicos.
Religião, todavia, não pode e nem deve se confundir com o Estado. O Brasil, por exemplo, mantém certa laicidade, por rejeitar a instituição de religião oficial e a discriminação de credos.
A presença do cristianismo está por toda a parte, como nos feriados religiosos oficiais, todos de natureza cristã/católica. Temos feriado no dia da Padroeira do Brasil. E aí estão a explicação e constatação de que nossa laicidade não é absoluta.
A ideia que separava internamente na igreja o cristão da política é superada. Mesmo assim, ainda prevalecem, já em menor grau, doutrinas ortodoxas que insistem em considerar o distanciamento entre o espiritual e a experiência humana das coisas terrenas.
Como se fosse possível viver numa cápsula, no enclausuramento social, e como se Deus não governasse sobre tudo. Esse é um conceito que limita a ação divina na terra.
O cristão, o evangélico, o católico, o espírita, o muçulmano, o adepto do candomblé e o ateu são chamados a participar da vida pública. Porque, antes de devotos ou crentes, são cidadãos.
Na política, ou se governa ou se é governado. E isso diz muito. Cabe a cada adepto saber escolher quem lhe governa, ou, quem sabe, decidir também governar.