Ninguém precisa ser especialista jurídico para, de pronto, perceber o inusitado na denúncia/impeachment apresentada pela oposição na Assembleia.
Na peça da oposição apresentada ao presidente da Assembleia, Adriano Galdino, há uma inovação excêntrica.
É o primeiro pedido de impeachment que, de uma vez só, pretende impichar governador e vice, titular e substituto direto.
A alegação vem acompanhada de um esforço retórico gigante para tentar também abranger a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), a de que a pedetista fora beneficiada por suposta eleição viciada.
Uma ilação claramente de competência do âmbito da Justiça Eleitoral.
Mas, se por um lado a preocupação com a doutrina foi ignorada, por outro o alvo está solarmente claro: o alvo é a linha sucessória.
Não basta, por esse raciocínio, tirar João. O pacote tem que incluir a vice e abrir espaço para novos atores. Um movimento com DNA político.
O que é uma jabuticaba bem paraibana na Assembleia também é, ao mesmo tempo, um bode atirado na calçada central da praça dos três poderes. E já fede.