Panela de pressão é uma invenção fantástica para apressar o cozimento de alimentos. A lógica dela é física, mas seu funcionamento bem simples: quanto maior for a pressão externa, pelo fogo, maior será a temperatura de ebulição.
À medida que o calor sobe, a pressão dentro da bolha de vapor fica maior que a pressão externa e a bolha sobe. Ao chegar à superfície do líquido, o vapor é então liberado.
É a válvula de segurança, portanto, que impede a explosão da panela.
Setores da Assembleia já acenderam o fogo em cima da relação com o governador João Azevêdo. Os sinais de labaredas estão por toda parte.
Nos bastidores, há burburinhos e movimentos (uns nítidos, outros ofídios) de preparação de um terreno que poderia servir para afastar Azevêdo do cargo.
O que nem a Justiça fez no curso de uma investigação que já ultrapassa um ano.
Até a vice-governadora Lígia Feliciano começa a ser arrastada para o debate, a partir de um trecho de delação confuso, frágil e impreciso.
A pressão é mesclada entre alguns parlamentares da oposição e nichos da base governista. Nem tão governista assim.
Estão querendo cozinhar o governo. A pressão já está ligada. A evolução, ou não, depende da válvula de segurança.
A explosão da panela é sempre violenta. E os riscos de ferimentos enormes. Em alguns casos, letais.