A filiação do governador e a nova ‘Cidadania’ de João – Heron Cid
Bastidores

A filiação do governador e a nova ‘Cidadania’ de João

31 de janeiro de 2020 às 16h53 Por Heron Cid

A escolha pelo Cidadania já vinha sendo desenhada pelo governador João Azevêdo. Entre as opções, era a que mais se encaixava nas suas necessidades e na economia interna do partido.

A oficialização une assim o útil ao agradável.

Útil para João que buscava um abrigo seguro e agradabilíssimo para uma sigla que terá no novo filiado seu único governador.

O perfil do Cidadania, originário no PCB, dá conforto a João.

A Cidadania passa muito longe do formato locatário, cartorial ou do tipo saco de gatos, característica reinante entre os récem-criados à toque de caixa.

Ao mesmo tempo, o novo partido do governador passou na cláusula de barreira, tem representação no Congresso e fundo eleitoral. A filiação numa agremiação sem esses requisitos mínimos seria temerária.

Com raízes no campo democrático-progressista, é uma legenda que tem histórico e inspiração na esquerda, mas adota moderação e crítica sem amarras ideológicas. Uma postura sintetizada na figura de Cristovam Buarque, um dos seus mais ilustres filiados.

Uma bússola semelhante ao estilo de João, moderado e desapegado de estereótipos comuns da radicalização política atual. A bem da verdade, Azevêdo nunca pareceu à vontade nos debates puxados para o terreno extremista. Não é da sua natureza pessoal e política.

A auto-implosão do PSB, com a atabalhoada intervenção e os fatos sucessivos, agravados com os desdobramentos da Operação Calvário, deu ao governador a oportunidade de estabelecer sua identidade e autenticar sua cidadania própria.

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