É cedo, muito cedo, para qualquer previsão categórica. Em política, dez meses são uma eternidade. Só os soldados da crônica política se atrevem a projetar num terreno tão acidentado e imprevisível. É a insalubridade do ofício.
Mas vamos lá voltar ao tema puxado ontem aqui. A hecatombe contra o até então favorito da eleição em João Pessoa, Ricardo Coutinho, pariu um cenário completamente diferente. Isso é fato.
O moído da Operação Calvário provoca no eleitor uma certa sensação de impotência, agora, e mais tarde, com tanto barulho, de cansaço e abuso dos escândalos.
Os mais atingidos, além de Ricardo, são os nomes já carimbados e tradicionais. Há uma tendência de o eleitor generalizar, colocar todo mundo no mesmo saco.
Um prejuízo que precisa ser calculado, antecipadamente, por políticos com reputação preservada. Porque, podem crer, também sentirão os efeitos.
O que isso quer dizer? Perfis fora da curva tendem a chamar atenção. Mas, um alerta: não é algo automático e genérico.
Até esses – os que estão a postos e os que virão – precisam demonstrar algo que o cidadão numa capital não abre mão: capacidade pessoal de liderança e de gestão, conhecimento sobre a cidade e uma ficha limpa.
A novidade que dominar esse tripé pode fazer a diferença e provocar surpresas.
Para o leitor, um exercício para pensar: quem seriam os nomes novos que se enquadram nessa fórmula?