Impossível ignorar o novo cenário da sucessão em João Pessoa, afetado, profundamente, por dois fatos principais.
O rompimento entre o ex-governador Ricardo Coutinho e o governador João Azevêdo já tinha mexido com o quadro, mas foram os estilhaços da Operação Calvário os maiores agravantes.
A prisão de Ricardo e as revelações da investigação deixaram o PSB em uma situação de constrangedora a vexatória.
O virtual candidato perdeu a condição de outrora. Antes, inatingível, agora avariado no seu principal discurso: a honestidade.
O ferimento pega, inevitavelmente, a sigla como um todo. O partido certamente terá candidato. Pelo que está posto, dificilmente será Coutinho.
E ainda assim, quem assumir o bastão não fugirá dos questionamentos éticos e dos desgastes do padrinho da campanha.
O redemoinho moveu ventos na direção favorável ao grupo do atual prefeito Luciano Cartaxo e da pré-candidatura do radialista Nilvan Ferreira, de cara os maiores beneficiados pela tempestade.
O PV, que ainda se mantém em incógnita, mas então envolto em descrenças até de aliados, voltou ao terreno com outro corpo.
Adepto e surfando no anti-ricardismo, Nilvan colhe os louros da sua crítica contundente contra Ricardo, deflagrada visionariamente antes mesmo de o ex-governador ter sido pessoalmente atingido.
O cenário que se descortina neste começo de 2020 é muito diferente do que existia antes de 17 de dezembro de 2019.
Um terreno fértil para nomes vindos de fora da política tradicional. Voltaremos ao tema.