O presidente Jair Bolsonaro se especializou em cuspir fogo contra jornalistas. A prática da desqualificação, durante entrevistas e sem nenhum pudor, já virou marca.
O destrato com profissionais da imprensa que ousam fazer alguma pergunta inconveniente ou sobre algum problema envolvendo o governo entrou no script presidencial.
Bolsonaro já classificou jornalistas como uma raça em extinção (ou seria a ser extinta a depender da vontade do Planalto?!), agrediu repórter com “cara de homossexual terrível” e respondeu questionamentos com um “pergunta à sua mãe”.
Na concepção do presidente, ele só deve responder o que lhe ofereça a oportunidade de falar de temas amenos ou de alvíssaras do governo.
De fato, o chefe da Nação e nenhum autoridade têm a obrigação de atender jornalistas e nem de prestar entrevistas, embora devam satisfações formais ao público. Sobre assuntos bons e ruins.
O caso de Bolsonaro é, porém, de desrespeito, incivilidade e depreciação deliberada ao jornalismo, instrumento básico de informação em qualquer sociedade democrática.
Em vez de responder e esclarecer, o ataque, puro e simples. É a estratégia mais fácil e dá menos trabalho.
Não é a imprensa que precisa e merece ser extinta, como defende o nosso presidente. É a incapacidade de tolerá-la, com seus acertos e defeitos.
Assim como imprensa e sociedade são obrigados a conviver e respeitar todos os tipos, inclusive, os mais primitivos. A isso ainda damos o nome de humanidade.