O atrito público e em elevada temperatura entre o Gaeco e o Tribunal de Contas do Estado não é o primeiro.
A demonstração inaugural se deu quando André Carlo Torres, hoje um dos investigados, ainda era o presidente da Corte.
À época, o conselheiro reagiu contra suspeitas levantadas e pedidos de informações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado em relação a atuação do Tribunal no caso da liminar que suspendeu o processo do Pátio Shopping Intermares.
No revide, Octávio Paulo Neto, chefe do Gaeco paraibano, revidou com palavras premonitórias: “É natural vê-lo nesse estado psicológico”.
O curto-circuitou agora tem como ponto de eletricidade a Operação Calvário, que investiga a atuação colaborativa de conselheiros do TCE nas ações da Cruz Vermelha e agentes políticos da Paraíba.
Denúncia do MP protocolada no Tribunal de Justiça retrata o órgão de contas como um instrumento usado para “encobrir práticas criminosas”.
A divergência veio do conselheiro Arnóbio Viana, presidente do TCE, ao dizer, em entrevista ao Portal MaisPB, que pessoas precisam ser separadas de instituições.
Criticou o termo genérico adotado pela peça acusatória e citou como parâmetro o exemplo da Igreja. “Se padres cometem crimes, o crime não é da Igreja é dos padres”.
Traduzindo o raciocínio: investigados precisam responder pelas acusações. Os suspeitos de crimes são conselheiros, não o Tribunal.
Na réplica, em mensagem ao Blog do jornalista Suetoni Souto Maior, do site Jornal da Paraíba, Paulo Neto cobrou cooperação do Tribunal na averiguação das suspeitas em vez de o presidente “ficar com uma narrativa infantil”.
Um confronto em alta voltagem. Não é o primeiro e, certamente, não será o último. Com grandes riscos de eletrocussão…