Luciano Cartaxo, prefeito de João Pessoa, exerce, na prática, aquele velho adágio: nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
A sua iniciativa de chamar o PV para apertar o play das eleições em João Pessoa, mas sem bater martelo em nomes, exemplifica sua personalidade política.
Deu o recado para dentro, o que seu candidato, ou candidata, sai do seu partido e da sua gestão. Não fecha questão, por enquanto.
A estratégia é a da maturação. Abre o debate sem imposição e vacinado de personalismo.
Cria, assim, o ambiente da discussão, do afunilamento interno, para que o resultado desse movimento de ‘diálogo’ aponte o caminho.
A mensagem política que pretende transmitir para fora parece clara: o futuro candidato a ser apresentado não pode ser produto de uma vontade individual, mas de um sentimento plural e para cumprir um propósito administrativo.
No caso do candidato governista, a manutenção e aperfeiçoamento de um modelo de gestão.
E, baseado no timing de janeiro, o prefeito deve usar os próximos dois meses para ampliar o debate e testar os nomes, para só ungir alguém pós-carnaval.
Por que Luciano, então, não tem pressa?
Se lançasse oficialmente uma candidatura agora estaria antecipando a campanha. E qual interesse nisso tem quem estar no exercício do mandato e com o domínio da estrutura? Nenhum.
Cartaxo já tem os frutos (nomes) na mão. Agora, trabalha para amadurecê-los. O poeta Jurandy da Feira, em canção gravada por Luiz Gonzaga, já filosofava: “O fruto bom dá no tempo”.
Prever a hora certa da colheita é tão importante quanto saber o momento propício de plantar.