Das voltas que a política dá. Texto endereçado ao Blog, remetido pelo deputado estadual Anísio Maia (PT), é uma peça. Nele é possível ver, pela primeira vez, um legítimo petista sair em defesa de um expoente do DEM, partido que fez a mais dura e longeva oposição ao petismo em nível federal.
Claro, que com uma finíssima ironia para confrontar. A ‘solidariedade’ foi ao deputado federal paraibano, Efraim Filho, nada mais nada menos do que o líder do Democrata na Câmara Federal.
O parlamentar, entre outros paraibanos, fora citado, vagamente, em delação da ex-secretária Livânia Farias como suposto destinatário de recursos não contabilizados para a campanha de 2018.
Maia critica a delação superficial, sem precisão e de “ouvi dizer”, contida na fala de Livânia, e refuta o método de vazamento. Tudo para lembrar que Efraim Filho, na visão de Anísio, hoje prova do veneno que usou contra Lula, Dilma e o PT, alvos de pesadas operações e condenações.
“Agora, ele sentiu na carne os efeitos desta prática”, atirou Anísio. Mas, ao mesmo tempo, assoprou em cima da pancada: “Não acho certo utilizar estes vazamentos, igualmente sem provas , contra ele ou qualquer outro personagem”.
Confira o texto na íntegra:
“No tempo que os vazamento sem provas atingiam o PT, o deputado Efraim Filho apoiava plenamente este método. Agora ele sentiu na carne os efeitos desta prática.
Não acho certo utilizar estes vazamentos, igualmente sem provas , contra ele ou qualquer outro personagem.
Foi o caso deste último vazamento citando alguns parlamentares paraibanos. Não se apresentou nenhuma prova material, só depoimentos.
Em um trecho deste, chega-se ao cúmulo de levar em conta uma afirmação onde a delatora insinua que “teria ouvido” de outra pessoa que “teria ocorrido um acerto” para repassar propinas a alguém .
Desde quando “ouvi dizer” é prova?
Efraim está provando do veneno que ele mesmo ajudou a consolidar. Mas mesmo assim, não devemos aceitar este julgamento sumário contra ninguém.
Neste caso recente procuraram destruir reputações baseado em afirmações sem apresentarem absolutamente nenhuma prova válida. Se o GAECO as dispõe que as apresente, se não acham conveniente apresenta-las agora, que não se exponha estes documentos. E se não existem provas concretas, é pior ainda, pois se tratará de desvio de conduta da autoridade que investiga o caso.
Em qualquer país que se respeita o direito à defesa estas acusações teriam que aguardar as devidas provas para serem divulgadas. No nosso País eles se transformaram em arma de guerra para denegrir pessoas e influenciar nossa política.
Da forma simplória como estão sendo usadas estas delações fica difícil acreditar em sua isenção.
Diante do que virou um jogo sem regras, o sensato e ético seria aguardar as provas para depois acusar.
Anísio Maia