A pesquisa Opinião/MaisPB foi o “delta zero” da eleição de 2020 em Campina Grande, parafraseando o experiente jornalista Arquimedes de Castro, da Rainha da Borborema. A expressão matemática é mesmo apropriada. Os números divulgados no programa Hora H, na Rede Mais e 13 emissoras de rádio da Paraíba, abriram a campanha, a julgar pelas movimentações, comentários, repercussões e ligações ao Blog.
Na virada de 2019 para 2020, o que era apenas estatística para consumo interno de poucos que monitoram o eleitorado campinense ganhou as ruas, rodas de conversa e estratégias partidárias. Os dados captados pela equipe do estatístico Joaquim Braga, respeitado diretor-presidente do Instituto Opinião, mostraram o tamanho de cada candidato no início da corrida pela emblemática Prefeitura de Campina Grande.
Falcão, a águia
Trouxe algumas surpresas para o grande público. A liderança do deputado estadual Inácio Falcão (PCdoB), com 20,2%, é uma delas. A posição do neocomunista só não surpreende muito quem conhece o terreno eleitoral da Serra da Borborema. Falcão tem asas fortes no assistencialismo na periferia da cidade. Com consolidada capilaridade social, ele comanda estrutura de saúde gratuita atendendo população carente em vários bairros, trabalho que lhe rende seguidos mandatos. A novidade é a sua já conhecida boa partida nas campanhas proporcionais agora se materializar na disputa pelo Executivo Campinense.
O fator Bruno
O retrato fotografado pelo Instituto Opinião também coloca em evidência o ex-deputado Bruno Cunha Lima (Sem Partido). O atual chefe de Gabinete da Prefeitura aparece com 16,3% das intenções de voto, na frente de Ana Cláudia Vital (Pode), com 6,3%, de Artur Bolinha (PSL), com 5,9%, de Tovar Correia Lima (PSDB), com 5,8%, e do empresário Dalton Gadelha (PSC), que surge com 2,6%. Bruno se mexe para viabilizar sua pré-candidatura dentro do grupo do prefeito Romero Rodrigues, mas sem condicioná-la ao apoio que pode ter ou não do gestor campinense. Para quem se prepara até para voo solo, o desempenho foi alentador.
Cássio, o trunfo
O Opinião também testou, noutra simulação, um quadro com os nomes de Cássio Cunha Lima (PSDB), que lidera com 30,4%, Veneziano Vital (PSB), com 20,4%, e Daniella Ribeiro (PP), com 5,8%. Todos esses se dizem fora da disputa. Mesmo nesse cenário, Inácio aparece com 11,4%, e em terceiro, uma perfomance igualmente admirável para quem atua tão discretamente e quase silenciosamente na Assembleia, onde, em tese, representa Campina Grande e poderia fazer desse espaço uma plataforma importante. Se Cássio topar entrar na peleja, a coisa muda, significativamente, de figura.
Tovar em compasso de espera
Tovar Correia Lima, nome da simpatia de parte considerável do Grupo Cunha Lima, ainda não decolou, como esperado pelos seus aliados. Como se coloca à espera do movimento de Romero, Tovar depende muito do “sim” do prefeito, dono de 61% de aprovação popular, para eventualmente ganhar corpo. Poderia estar melhor ou em patamar semelhante ao de Bruno, que saiu há pouco tempo de uma derrota nas urnas.
Ana Cláudia e Veneziano: quem vai?
Dificilmente, o senador Veneziano Vital terá apetite para a disputa. Ele testa o seu poder de transferência eleitoral e o carisma pessoal de Ana Cláudia, sua esposa e secretária de Articulação Municipal do Estado. Ex-candidata à deputada federal pela primeira vez, ela começa com 6,3%, diante de um eleitor ainda em dúvida de quem será o nome: Veneziano ou Ana? Com o apoio do governo João Azevêdo e unidade da oposição, ganha outro tamanho.
Bolinha quer jogo
Candidato pela terceira vez, Artur Bolinha aposta no cansaço da gangorra Cunha Lima e Vital, um fenômeno que, 15 anos antes, beneficiou o então vereador Veneziano. Portador do perfil de outsider, Bolinha investe sua bandeira em qualidade de gestão. Já é referendado por um razoável 5,9%. Tem pista para andar.
Dalton Gadelha, a novidade
Recém-lançado no terreno da sucessão municipal, o empresário Dalton Gadelha, chanceler da Unifacisa, case de sucesso de Campina para o Nordeste, é o preferido de 2,6% e tem um perfil com potencial de crescimento. Se cair em campo, pode sensibilizar setores produtivos e montar uma chapa competitiva. Se, por um acaso, conquistar o apoio de Romero, se agiganta na disputa.
O que virá?
A pesquisa Opinião/MaisPB trouxe o tamanho exato de quem é quem no jogo eleitoral de uma irrequieta Campina Grande. Mapa da largada, já serviu para modelar caminhos, aprimorar estratégias e revelar tendências de um eleitorado bastante politizado.
Uma contribuição da parceria do Instituto Opinião, sediado em Campina, com Portal MaisPB ao processo que definirá rumos de uma cidade gigante por natureza. Pesquisa, antes de tudo, é ciência – especialidade do Opinião – e informação – quadrado que o MaisPB e este Blog entendem.