Definitivamente, o Governo passa pelo seu período mais delicado desde que João Azevêdo assumiu o comando do Estado.
A sétima fase da Operação Calvário gerou o momento de maior turbulência de uma gestão marcada por boicotes internos, tensões, fogo amigo e exonerações e secretários alvos de investigações.
A complexidade se agravou com os mandados de busca e apreensão em endereços do Governo, o que até chega a ser previsível, mas gera questionamentos também na direção do governador, que até aqui vem estoicamente resistindo ao tsunami de acusações contra próceres do seu ex-partido.
O ano caminha para o término com o Palácio debaixo de uma tempestade sem precedentes. Mas, antes mesmo, não houve um dia de calmaria.
Foram várias etapas da Calvário que obrigaram o governo a tomar medidas enérgicas, muitas das quais provocadoras de estopins para amuos, ranger de dentes e até rompimento.
Essa nova fase da Operação implicou em novas mudanças no primeiro escalão com a saída de Edvaldo Rosas da Chefia de Governo, nomeado há pouco tempo.
O quadro, no todo, provoca inevitável instabilidade e receios numa base governista inteira, ressabiada e de certo modo até acuada, sem saber ao certo o que vem por aí.
Do outro lado da praça, uma oposição atenta e dividida entre aproveitar a fragilidade ir pra cima de uma vez ou aguardar os desdobramentos.
No seu primeiro mandato, João não poderia enfrentar deserto mais árido. Ele está vivendo a pressão no nível máximo.
São trovões e relâmpagos para todos os lados. Nessa travessia imprecisa, sobreviver à inclemente intempérie é a palavra de ordem.