Já pensou algum tema capaz de unir bolsonaristas e esquerdistas? Na Paraíba, esse “milagre” está em vias de ser obrado.
O “santo” é a proposta de reforma da Previdência, aprovada no Governo Federal e replicada ‘obrigatoriamente’ pelos estados e municípios.
O texto enviado pelo Governo da Paraíba para cumprir o texto constitucional aprovado em Brasília atraiu para a mesma arena deputados como Walber Virgolino, do Patriotas, e Gervásio Maia, do PSB ricardista.
Está tendo potencial para unir na mesma voz o Cabo Gilberto, fiel defensor de Bolsonaro e entusiasmado defensor da Operação Calvário, e a deputada Estela Bezerra, lulalivrista e crítica contumaz do trabalho do Gaeco.
Só está faltando uma passeata com essas personagens todas juntas com os mesmos cartazes e liderados pela CUT…
O discurso fácil de defender para a plateia parece confundir e atrair também outros setores da oposição, como se viu ontem na CCJ.
Camila Toscano e Ranieriy Paulino, do PSDB e MDB, respectivamente de partidos que votaram e trabalharam pela reforma no Congresso, estão na barreira de contenção da reforma por aqui.
Pedir mais tempo e debate é uma coisa, mas ameaçar reprovar uma reforma sabidamente necessária e e urgente, como alguns sinalizam, é outra completamente diferente.
Sobretudo, sabendo que até estados governados por socialistas (Espírito Santo) e comunistas (Maranhão) já votaram e aprovaram seus respectivos projetos.
Uma dupla contradição para bolsonaristas e esquerdistas. O que se diz ou se pensa em cima nem sempre se reproduz em baixo.
O barulho inusitado leva a a Assembleia da Paraíba a correr o risco de pagar o mico de ser a única a travar um avanço que corrige o atraso e a possibilidade de salvar uma previdência cujo déficit anual passa de R$ 1,2 bilhão.
Um rombo que só não é maior do que a inusitada e repentina afinidade de ocasião.