A eleição em João Pessoa está aberta. É a conclusão dos números apresentados pelo Instituto Opinião, na pesquisa encomendada pelo Portal MaisPB para veiculação no programa Hora H, que estreou essa semana com o autor do Blog e o jornalista Wallison Bezerra e equipe.
Por que aberta? Por três razões. Vamos à elas.
O caminho do PSB
Ainda não há clareza de qual será o candidato do PSB? Se Ricardo Coutinho, o líder com 34,8% das intenções de voto, ou Gervásio Maia (PSB). Essa decisão altera e influencia substancialmente o quadro.
Quando se remove Ricardo, cenário projetado até por Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, Gervásio aparece com 4,9%, 30 pontos a menos do que o ex-governador, embora presuma-se a migração de uma parte desse contingente em caso de substituição.
O comando de Luciano
Luciano Cartaxo, cabo eleitoral dono de quase 70% de aprovação de gestão, segundo a aferição do Instituto Opinião, ainda não bateu o martelo e nem comunicou à cidade quem lhe representará no pleito próximo. O poder de transferência de voto de Luciano é algo a ser ainda mensurado mais profundamente.
Diego Tavares, noviço e o nome mais ligado a Luciano consultado na pesquisa, aparece entre 1,4% e 2,%, nos cenários simulados. Compreensível. Para se ter uma ideia, o veterano e bem avaliado Ruy Carneiro (PSDB) ostenta 4,9%, Manoel Junior, vice-prefeito da cidade e pré-candidato por três vezes, tem 3,4%, e o ex-vereador deputado estadual Eduardo Carneiro (PRTB) surge com 2%. Todos em patamares semelhantes e com outro traço comum: nenhum, ainda, foi ‘abençoado’ por Luciano na disputa.
Quando testado na corrida, Cícero Lucena, ex-prefeito duas vezes e, portanto, naturalmente lembrado, chega com 13,1%. Dificilmente será candidato.
O fato novo
Por último, o recente rompimento entre Ricardo, que nunca disputou isolado em João Pessoa, e o governador João Azevêdo tem inevitáveis desdobramentos na eleição.
Azevêdo, aprovado por 68% do eleitorado de João Pessoa, terá candidato ou se juntará a Luciano Cartaxo?
São questões pendentes com potencial de interferência substancial no tabuleiro.
As novidades
O desempenho do apresentador Nilvan Ferreira – em faixa própria – o consagra como ‘destaque’ dessa pré-campanha até aqui. Ele tem 10,5% de intenções de voto no cenário com Ricardo e assume a liderança (17,6%) na simulação em que o socialista é substituído por Gervásio Maia.
Wallber Virgolino ainda bafejado pelas urnas de 2018 fica na confortável casa dos 10,5%, um percentual que lhe dá tamanho na disputa. Ele e Nilvan surfam numa plataforma antiricardista, mas falta à esse apelo incrementar conteúdo além da crítica ao ex-governador. Numa cidade exigente como João Pessoa a superficialidade tem prazo de tolerância.
O desempenho do radialista e do delegado é desafiado a manter o fôlego no páreo quando estas questões postas forem respondidas e os três principais líderes do processo definirem suas respectivas estratégias.
Faltam os ingredientes do prato
A pesquisa atual revela tendências de largada, mas ainda longe de prenunciar um diagnóstico consolidado. Sem um cenário fechado, até pela distância do pleito, a eleição em João Pessoa está aberta como suas avenidas.
As muitas candidaturas e tendência de retiradas futuras nos levam a uma comparação grosseira. O nebuloso contexto atual revela uma sopa que ainda não se sabe se será de frango ou de carne. As escolhas dos ingredientes vão começar a apontar, com mais apuro, o sabor do que virá.