O governador João Azevêdo (ainda no PSB) está na Europa. No continente, Azevêdo cumprirá extensa pauta administrativa no bojo da estratégia dos governadores do Nordeste de “vender” os potenciais da região.
Será, também, uma oportunidade para o governador refletir, longe do epicentro do furacão, seu destino partidário e os rumos do seu governo, a partir de sua iminente opção de deixar o PSB.
Esse é um caminho presumido depois que a intervenção, autoritária e cartorial, empurrou João para a inevitável porta de saída do partido.
Aliados de perto e de longe esperam pela direção de João antes de janeiro de 2020 chegar. São os que dependem da bússola do governador para saber em qual território se filiam e organizam o projeto eleitoral da eleição municipal, um preparativo para 2022.
A operação não é simplória. Tem efeitos e consequências. Por isso mesmo, infere-se, o governador retarda ao máximo a decisão para encontrar o norte adequado à conjuntura e necessário à sua autoafirmação política, testada e desafiada ao máximo nos últimos meses.
Para sair, João não precisa necessariamente já ter para onde ir. Mas seu grupo, esse sim, carece de abrigo e não pode ficar a ermo. Nem que para isso o encaminhamento seja uma estratégica pulverização de partidos.
O timming é a virada de um ano turbulento que precisou reinventar, quase forçosamente, o governo, diante de surpresas fora do script, e segurar o leme do barco no tranco.
O que não parece difícil prever é o caminho da desfiliação, obrigatório por tudo que se viu antes e se assiste durante. No PSB, diante de ataques, boicotes e tentativas de desmoralizar sua autoridade, o ar é pesado e João não tem como respirar o mesmo oxigênio.
Ao que tudo indica, quando se deliberou internamente no Jardim Girassol pela precoce e descabida intervenção, era essa mesmo a intenção, o arrebatamento total e irrestrito do partido. Menos por 2020 e mais por 2022.
Entendedores entenderão…