O recente discurso do governador João Azevêdo, em Itabaiana, fala para além de respostas às provocações que tem sido alvo.
“Eu não tenho intenção de apagar legado de quem quer que seja, eu agora exijo respeito pelo o que estou fazendo”, reagiu, durante inauguração da PB-082.
A obra, alvo de indiretas e cobrança implícita de autoria da parte do ex-governador Ricardo Coutinho, “começou em 2018, em 2018 foi paga 40% da obra, e em 2019, este governo pagou 60% da obra”, registrou João.
Até aí, apenas registros comedidos. Mas, na mesma solenidade, o governador pegou uma estrada que parece ser o caminho eleito para andar enquanto governar a Paraíba.
“No meu governo não tem eu, eu faço, eu mando, eu projeto, eu determino. No meu governo, nós fazemos, nós projetamos, nós determinamos que as coisas aconteçam”, conceituou.
Ao olhar para o prefeito Benício, de Pilar, vítima de intervenção no PSB da cidade, o governador disse que o gestor não estava sozinho. “Eu não sou de usar as pessoas e descartar”, crivou
Em duas frases, Azevêdo puxou, de propósito, um inevitável comparativo de diferenciação de postura e visão da celebrizada pelo seu antecessor em oito anos de governo.
Ou seja, o choque entre Ricardo e João não é só sobre a condução e a intervenção cartorial no PSB. É sobre a forma de ver a política e a gestão.
Se um é tentado ao singular, o outro decidiu asfaltar no plural.