Domingo é dia mais do que propício a reflexões. Essa abaixo e em vídeo é do veterano ator Carlos Vereza. Lúcida e contemporânea.
Ele fala sobre a polarização lulismo versus bolsonarismo. Uma dicotomia histérica, porque é mais grito do que argumento, e estéril, porque não gera nada e nem responde aos desafios do dia-dia dos brasileiros.
A resposta a um extremo não pode ser o outro extremo. A uma camisa de um “deus” não deveria ser estampar no peito a de “outro”. Isso não é razão. É instinto. Perto do primitivo, inclusive.
O que se vê nas ruas e nas redes são pessoas ensandecidas, das com pouco estudo às ditas acadêmicas, que se autointitulam cultas ou intelectuais. O exemplo típico de que nem sempre formação significa educação e que título também não é sinônimo de sabedoria ou inteligência.
As pessoas estão cheias de ódio, ciosas de que estão sempre com razão e que lutam como o bem contra o mal. Nem se dão conta que às vezes o mal está dentro de si, não em frente a elas ou diante da tela.
Quando amanhece o dia despejando ataques, quando procura o que vomitar contra quem acha que precisa ser combatido, quando atira e desqualifica só por um incontrolável prazer, quem disse que você está fazendo “sua parte” para um “mundo melhor”?
Se isso te faz sentir superior e mais “cidadão respeitável”, tal cantava Raul Seixas, s final do dia tem a sensação de missão cumprida, repense.
Com todas as diferenças, o outro tem muito de nós. E nós temos muito do outro. E esse “outro” não é figura abstrata, é gente humana, que tem sonhos, frustrações e família.
Então, pergunte-se: até onde esse ódio, esse desamor mútuo nos levará?
Como diz Vereza, no Brasil de hoje, quem se esforça para exercer “uma opinião livre”, “desfanatizada”, está cada vez mais solitário.