Quando passou recentemente pela cidade de Marizópolis, Alto Sertão da Paraíba, terra natal do autor do Blog, a ex-candidata à Presidência da República, Marina Silva, ficou curiosa com a frase de um vereador local.
Na conversa amistosa com a líder da Rede, Fabiano Lira, parlamentar no terceiro mandato no município, disse que o que o presidente Jair Bolsonaro dizia pela manhã não servia para a tarde.
Falava, claro, das idas e vindas do governo. Marina riu com a frase e pediu autorização para usá-la. O vereador, também rindo, liberou de pronto a utilização do adágio bem nordestino.
A passagem de bastidores é hilária, mas é séria também.
O Planalto, sob o comando do ex-capitão, se especializou em criar incêndios e depois tentar, um tanto tarde, debelá-los.
Os episódios são fartos.
O mais novo é o da ameaça da volta do AI-5 para conter o que Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, chama de eventual radicalização da esquerda.
Depois da polêmica, ele engatou a ré e puxou o freio de mão.
“Se eu pudesse voltar atrás, não teria falado no AI-5, porque acabei dando munição para a oposição ficar me metralhando. De maneira nenhuma eu cogitei naquele momento retornar ao AI-5. Estava falando do que ocorreu no Chile e que pode vir ao Brasil”, justificou, em entrevista ao Programa do Ratinho, no SBT.
Dias antes, o pai, o presidente em pessoa, publicou vídeo nas redes sociais com a autoimagem de leão, cercado de hienas. Elas, os poderes, tentando devorá-lo.
Bolsonaro deletou a publicação e posteriormente se retratou.
Tem coisas, todavia, que mesmo entre idas e vindas vão ficando. E não se apagam.