Quem conhece Adriano Galdino, presidente da Assembleia, sabe com quem ele votou para presidente: Fernando Haddad (PT), o indicado de Lula.
Mesmo sendo leitor de carteirinha do ex-metalúrgico, Galdino instigou uma importante reflexão no plenário da Casa, ontem.
E a ponderação fala em limites, coisa que há algum tempo a polarização política do Brasil ultrapassou.
“Se a eleição fosse hoje eu votaria novamente contra o presidente. Mas é preciso que se tenha um limite e um respeito”, pinçou Galdino.
O socialista vê excessos, exageros e uma certa má vontade da mídia em relação ao governo liderado pelo ex-capitão.
De fato, há excessos, mas, por enquanto, dentro do ambiente democrático.
Ms o respeito que o deputado prega aborda um ponto indiscutível: a legitimidade.
“Primeiro a vontade do povo, que foi a vontade soberana de eleger ele presidente. O povo do Brasil quis ele presidente. Ele é presidente de todos nós. Quando um presidente é atacado, todos nós também o somos”.
Existe no Brasil uma parcela mais radical, tanto quanto o presidente, que finge ignorar sua eleição, por maioria de votos, dentro das regras constitucionais.
Há um setor que criou um mundo paralelo, um universo que não consegue conviver com a ascensão de um homem de direita, sem partido tradicional, ex-militar e conservador, depois de duas décadas de governos de centro esquerda.
O recado de Adriano tem esse endereço: é democrático discordar e criticar o presidente, desconhecer e desqualificar a opção popular por uma ruptura é tentar uma ditadura subliminar, a ditadura do pensamento.
Ou o povo só soube votar quando elegeu quatro vezes o PT?