Em julho passado, a deputada estadual Estela Bezerra foi a primeira a utilizar a expressão “depuração” no PSB.
Ela comentava a possibilidade de saída do partido do presidente da Assembleia, Adriano Galdino, convidado à época pela direção do Avante.
“Também acho que os deputados que não tiverem a ideologia socialista devem ficar à vontade. Esse é o momento de depuração”, cravou Bezerra na ocasião, conforme os arquivos da grande rede digital.
A frase veio em tom profético, considerando o que se sucedeu logo em seguida com a destituição da direção estadual e a decretação da intervenção sob a presidência do ex-governador Ricardo Coutinho.
Agora, a depuração propriamente dita – como pregava Estela – chegou às bases municipais.
A remoção dos prefeitos de Pilar, Benício Neto, e de Sapé, Roberto Feliciano, são a materialização desse processo deflagrado no Jardim Girassol.
O ricardismo tem no PSB seu território de guerra. Assim, o partido iniciou a contagem dos soldados com quem pode contar e os que estão prontos para seguir o general da legenda e seu comando estratégico.
Quem não se adapta, entra na fina peneira moldada pelas palavras de Estela.
No PSB, Ricardo deflagrou a irreversível limpeza das ‘substâncias’ indesejáveis, aqueles que ousaram divergir da intervenção e que seguem com o governador João Azevêdo.
Seria o sinal que faltava para o governo se sentir à vontade para também começar a depuração dos que contestam e desafiam a liderança do governador?