Como toda publicação semanal, a revista Veja fecha sua edição na sexta-feira. Raramente, essa rotina é interrompida. Uma das raras vezes foi em dezembro de 1993, no famoso episódio Restaurante Gulliver, envolvendo o então governador Ronaldo Cunha Lima e o ex Tarcísio Burity, alvejado com dois tiros de arma de fogo.
Quem contou ao autor do Blog o bastidor jornalístico desse fato na Veja foi o escritor Laurentino Gomes, à época chefe das sucursais da revista. A capa já estava pronta e a edição finalizada quando chega à redação a notícia do atentado na capital paraibana.
Com repórteres destacados para cobrir o caso, a Veja só fechou sua edição perto do meio dia do sábado, quase vinte e quatro horas depois do habitual.
Até quando Laurentino ficou em Veja, em 2007, depois de duas décadas na Editora Abril, isso só se repetiu no caso do polêmico vazamento via parabólica da entrevista do ministro Rubens Ricupero, da Fazenda de Itamar Franco, ao jornalista Carlos Monfort, da TV Globo.
Nela, Ricupero, sem saber que sua conversa estava indo para o satélite, teve sua fala informal ao jornalista exibida para todo o país. O vazamento rendeu a demissão do ministro.
O conteúdo, óbvio, também numa sexta-feira, atrasou o fechamento da revista e foi parar nas páginas de Veja.