Pela sua envergadura, o PT tem força para interferir na sucessão de João Pessoa. Erra, todavia, no prenúncio do que parece ser a sua tática.
O partido acena com a decisão de apoiar a virtual candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho ao tempo que também diz que tem nomes próprios que serão apresentados no debate, caso o socialista não dispute.
Temos aí um atropelo retórico na mensagem. Quem da legenda se sentirá motivado a fazer esse debate, se sua viabilidade só vai até a à espera da decisão de um filiado de outro partido?
Quem está disposto a figurar na discussão já como Plano B, em caso do cenário de Ricardo não se dispor?
E, nessa circunstância, como o eleitor levará a sério quem do PT se apresente como um pré-candidato nos bairros e plenárias que planeja realizar na cidade, se o partido já publicamente espera uma decisão externa?
E se lá na frente Coutinho não for, o partido apresentará candidato tampão pela ausência do seu pretendido?
Internamente, a capitulação antecipada é uma estratégia política perfeitamente compreensível. Dizê-la para fora é que parece pouco inteligente para um partido com a autoestima do PT.