Em meados de 2009, o sumiço do cantor e compositor Antônio Carlos Belchior chegou ao ápice. Todo mundo perguntava onde estava o artista cearense, até que o Fantástico, da TV Globo, acabou a interrogação e a repórter Sônia Bridi achou o músico no interior do Uruguai.
O que (quase) ninguém sabe é que para Sousa, no Alto Sertão da Paraíba, o misterioso desaparecimento de Belchior começou bem antes. Antes que o Brasil inteiro soubesse.
Em 2007, o então prefeito Salomão Gadelha decide trazer o cantor para ser atração de um evento cultural da cidade e delega aos filhos, Myriam e Lafayette, a tarefa da contratação.
Ao falar por telefone com o produtor e empresário de Belchior, Myriam ouve a seguinte estranha e irônica frase: “Se vocês souberem dele, me avisem. Faz um tempo que não consigo falar com Belchior”. Myriam e Lafayette acharam que o empresário não tinha levado os dois pretensos contratantes a sério. Eram dois adolescentes à época.
Assim, repassaram a missão para o então coordenador de Cultura da Prefeitura, que fez o mesmo contato e ouviu idêntica resposta: Belchior estava sumido.
Não tocou em Sousa e em nenhum lugar mais no Brasil até sua morte em abril de 2017. Dez anos depois do descobrimento, por acaso, do seu desaparecimento.