A nova bravata de Lula: mártir preso, mártir semi-solto – Heron Cid
Opinião

A nova bravata de Lula: mártir preso, mártir semi-solto

1 de outubro de 2019 às 11h56 Por Heron Cid
O ex-presidente Lula, em entrevista na Policia Federal em Curitiba, onde está preso - Marlene Bergamo/Folhapress

O ex-presidente Lula da Silva (PT) já bateu o pé: não sai da cadeia pela progressão da pena, no regime semiaberto. Só deixa a cela da PF em Curitiba de uma vez por todas quando decretarem sua plena, total e irrestrita inocência.

Em mais uma de suas bravatas, é Lula sendo Lula. E não dá pra esperar coisa diferente. Quem não sabia do mensalão que corria na sua antessala, nunca soube do petrolão e jamais recebeu algum afago em troca da benevolência dos governos petistas à nata dos empreiteiros.

E o que foi feito, se foi, por Genoíno, Vaccari, Dirceu, Delúbio e Palloci foi tudo à sua sacra revelia.

Se politizou ao máximo sua prisão, não deixará de faturar em cima de sua liberdade parcial, direito dele e de qualquer réu quando cumpre percentual da punição penal.

Aproveita o combustível contra a Lava Jato para entrar na cena de vítima e travestir os seus denunciantes e julgadores de réus, coisa que não cola nem mesmo entre os críticos dos excessos de condução da operação revelados pelo The Intercpet.

Essa narrativa só isenta Lula e o PT mesmo perante os seus devotos, aqueles que têm fé incondicional no ex-metalúrgico.

Para Lula, os exageros são do Judiciário e do MPF. Nenhum excesso ou roubo os governos que dirigiu, direta ou indiretamente, cometeram.

Os bandidos são desembargadores, ministros e procuradores. Não houve crime dele e nem de seus companheiros no desvio de verbas públicas, no conluio com empreiteiras e nem no financiamento de campanha.

No mundo de Lula, a Justiça formou uma quadrilha para barrá-lo da messiânica missão de fazer o Brasil feliz. Jamais houve o consórcio de uma gangue entre PT, MDB e outros companheiros para capturar dinheiro de estatais.

Sérgio Moro, Dallagnol, Janot lhe devem desculpas. Ele e seu partido nenhuma mea culpa ao país que meteram no abismo pela fome e sede de poder a qualquer preço. E que preço!

Preso, Lula sentenciou o que o Estado tem que fazer. Agora é mantê-lo encarcerado até que suas sentenças sejam anuladas, como pedem seus advogados em primeira, segunda e terceira instância.

Veja que não é o Estado quem dita as normas, é Lula. O Estado deve cumprir suas bravatas.

O ex-presidente quer que todos reconheçam, com sentença e tudo de preferência, as suas sempre boas intenções. Certamente, não aquelas de que o inferno e o Brasil estão cheios.

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