O divã do Judiciário está em ebulição. Todo mundo busca uma palavra exata ou um raciocínio para interpretar a confissão pública do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que se preparou para atirar e matar o ministro Gilmar Mendes, em pleno STF, por divergências pessoais. Na Paraíba, dois desembargadores de duas alas diferentes do Tribunal de Justiça foram ouvidos pelo Blog. Ambos pediram para não serem identificados. Um deles compreendeu o gesto extremo que Janot chegou perto de consumar. “Fruto do estresse extremo que quase todos nós estamos vivenciando. Ele teve a filha única acusada de algo grave e isso o levou quase ao descontrole. Não foi mera divergência de interpretação da Lei. Mostra que Janot não é interesseiro, pois o 171 contorna tudo e só se abala com o financeiro”, disparou. Outro magistrado viu absurdo nas duas atitudes de Janot: “A de ter pensado em matar e a de ter revelado que pensou em fazer isso. Se pensou, ele jamais deveria ter levado a público, porque pode pagar pelo o que não fez”. Para este último, Janot vitimizou Gilmar Mendes, “que pode ter todos os defeitos, mas é um dos homens mais preparados do Brasil”.