Nem tudo é totalmente dano na colisão entre o governador João Azevêdo e o ex Ricardo Coutinho. A consequência imediata do conflito é o iminente emagrecimento, com risco de anorexia, da atual oposição.
E esse perigo tem levado algumas cabeças da oposição a uma preocupação com forte carga de lógica.
Privilegiado interlocutor oposicionista fez a confidência do receio em conversa com o Blog. Pontifica uma questão a carecer reflexões no seio dos líderes oposicionistas.
“O que tem se configurado é uma separação (até onde vejo, assistida e acompanhada)”, analisou.
A preocupação essencial vem na frase a seguir: “Se a oposição não tiver cuidado, vai se resumir a praticamente nada”.
Por que? Interroguei na sequência para ouvir a seguinte resposta:
– O governo se divide em dois e passa a ser mais uma estratégia de tesouras – ambas as pernas, apesar de parecerem opostas, trabalham com a mesma função e para o mesmo objetivo. Então, um só grupo seria detentor de situação e oposição, um mais brando, mais ameno, outro mais raivoso e espoletado…
A consequência presumida, adverte o pensador da oposição, é restar a atual oposição a missão passiva de ficar “assistindo de camarote o desabrochar de outro girassol no mesmo Jardim”.
Insisti no questionamento: quais seriam as perdas?
“Perder suas posições e relevância ou participar do baile de máscaras como bobo, fazendo côrte para João achando que estão fazendo um grande negócio ao aderirem ao governo”.
Na prática, esse quadro está mais ou menos configurado.
Tal qual se dividiu em 1998 entre Maranhão e Ronaldo, ambos do MDB, a Paraíba de hoje está ironicamente dividida entre João e Ricardo. E não mais entre Ricardo e Cássio ou Ricardo e Luciano Cartaxo.
A hecatombe no PSB reconfigurou a cena. Mas nem toda notícia é boa para a oposição, Parte dela teme ficar apenas como figurante nesse filme.