A fila anda no DEM. Depois de Divaíldo Dantas, de Itaporanga, que deixou o PSB e anunciou filiação ao Democratas nesse fim de semana, o socialista Fernando Naia, de Rio Tinto, já se prepara para pegar o mesmo bonde. Naia mesmo comunicou o encaminhamento de viva voz ao presidente nacional da legenda, ACM Neto, em solenidade recente na Paraíba.
Mas o DEM não é o desaguadouro apenas dos feridos pela crise no PSB. Prefeitos de outras siglas elegeram o partido como caminho para seus respectivos projetos políticos. É o caso do recém-eleito Vítor Hugo, de Cabedelo, até então no PRB.
E por que o DEM, que chegou a ter extinção decretada nas avaliações e leituras políticas mais catastróficas, virou opção pragmática de gestores e líderes de importantes colégios eleitorais na Paraíba?
É a conjuntura nacional que ajuda a entender.
Além de deter as duas Casas do Congresso (Rodrigo Maia na Câmara e Davi Alcolumbre no Senado), no Palácio do Planalto a legenda comandada na Paraíba por Efraim Morais ganhou prestígio diferenciado no governo Bolsonaro.
Pilota três entre os mais importantes ministérios. Nas mãos dos democratas, as pastas da Saúde, da Agricultura e da Casa Civil, uma espécie de cozinha presidencial, o núcleo por onde passam todas as demandas e despachos estratégicos.
E o deputado federal Efraim Filho, com o diferencial extra de coordenador da bancada federal, tem catalisado esse cenário em favor do crescimento do DEM na Paraíba.
Essa proximidade e canais desobstruídos dão uma condição privilegiada de acessar recursos e convênios, a menina dos olhos de qualquer administrador municipal. De um estado carente, feito a Paraíba, ainda mais.
Em agosto, o diretório estadual registrou filiação de cinco prefeitos. Em outubro, programa a chegada de mais quatro. Nove em dois meses. E a conta tende a aumentar.
Os prefeitos viram que o gabinete de Efraim Filho tem porta aberta no Planalto. Entenderam rápido que estando perto dele estão igualmente próximos do poder central em Brasília.