Nas palavras da ala que articulou, mobilizou e deu cabo à intervenção do diretório estadual do PSB, o comando do partido se autodissolveu, segundo a nova lógica da democracia partidária girassol.
Até hoje, passado um mês do decreto vertical, ninguém conseguiu ver o documento que contém a lista de assinaturas de renúncias de diretorianos do partido.
E, se existir, nem muito menos acessar o direito de conferir sua autenticidade.
Esse foi um dos questionamentos levantados em carta pública (essa sim) assinada pelo presidente do PSB de João Pessoa, Ronaldo Barbosa, que declinou da função ao apresentar renúncia, também pública.
Mas não só.
Histórico no partido, Barbosa chamou a “tal ação surpresa” de “autoritária e antidemocrática”, constatação óbvio para o mundo real, mas abstrata, surreal e invencionice no universo de algumas pétalas girassóis.
Aliás, Ronaldo passou na cara que é justamente “autoritarismo” que alguns dizem combater. O autoritarismo de Bolsonaro, claro.
O outro é legítimo e faz parte do jogo “democrático”.
De Ronaldo Barbosa o coletivo ‘raiz’ não pode debochar e nem ridicularizá-lo de ‘nutella ou coisa que o valha. Ele está no chamado “projeto” desde sempre.
Bem diferente dos que chegaram em 2015, frisa Ronaldo nos bastidores, depois de histórico oligárquico, mas repentinamente hoje em dia transmutados em socialistas de carteirinha e tudo.
O “grito” de Ronaldo Barbosa acende um alerta na narrativa do ‘golpe’ no PSB, “justificado” pela necessidade de depuração na sigla.
A resistência conseguiu unir de Ronaldo, Edvaldo Rosas e o próprio João Azevêdo, militantes do partido desde a gestação do que virou um longevo projeto de poder e de gestão pública, a setores mais pragmáticos do partido, vide Adriano Galdino e Ricardo Barbosa, também.
E sob o manto da intervenção, a ‘autodissolução’ do PSB parece que só começou. Efervescentemente…