O vizinho Estado de Pernambuco pode abrigar uma nova usina nuclear no Brasil, depois de Angra 3. Estudos da EletroNuclear apontaram o município de Itacuruba, Interior pernambucano, como o ideal para receber R$ 30 bilhões em investimentos e gerar 6.600 megawatts, informa o jornal O Valor.
Em Pernambuco, as autoridades de lá estão empenhadas nesse assunto. Do governador Paulo Câmara, que marcha na oposição a Bolsonaro, ao senador Fernando Bezerra Coelho, que lidera o governo no Senado.
O tema une os lados opostos por lá. O único senão gira em torno de resistência de parte da população do município temerosa ao termo ‘nuclear’, por si só. Nada que, com boa explicação sobre energia limpa, não seja superado.
Bezerra vai procurar o governador para convencê-lo da importância da instalação do equipamento. com um argumento a mais: só as obras têm potencial para gerar 14 mil empregos diretos.
Pernambuco, por todos os méritos, tem um Porto do tamanho de Suape, a refinaria de Abreu e Lima, fábrica da Jeep, e etc.
Não estaria na hora de a Paraíba se inspirar um pouco no vizinho e mudar a estatura da nossa pauta de petições ao Governo Federal?
Claro que uma usina desse porte e dessa especificação não pode ser implantada em qualquer lugar. O critério é técnico, mas a força política sempre importa e influencia.
Dizer que precisamos de uma ‘usina’ para chamar de nossa é apenas uma provocação para instigar anseios e pleitos mais elevados, com temas e equipamentos capazes de redesenhar e impulsionar nossa economia.
Usina mesmo por aqui só de brigas e vaidades. Essa funciona a pleno vapor e 365 dias do ano.
Enquanto Pernambuco debate uma geradora nuclear, aqui estamos brigando pelo bombeamento de água do canal da Transposição para abastecer Boqueirão e pedindo os reparos das placas derretidas pelo sol.
Isso revela muito sobre o que Pernambuco é. E, infelizmente, muito mais sobre o que somos.
