A cada registro de pesquisas indicando a queda de opiniões favoráveis a ele, o presidente Jair Bolsonaro repete um de seus mantras favoritos: não liga para pesquisas, se dependesse delas não teria sido eleito. E, assim, indiferente, segue na toada. Insiste num comportamento cujo ápice a gente imagina atingido quando em seguida o presidente o supera.
O resultado para o qual ele não liga, mas ao qual certamente estão de olho vivo e faro fino seus adversários no preparo dos discursos e atitudes nas eleições de 2020, aponta na consulta CNT/MDA divulgada na segunda-feira 26 que em seis meses praticamente dobraram os índices de desaprovação ao governo, de 19% para 39%, e de desagrado com o desempenho pessoal de Bolsonaro, de 28% para 53,7%.
Se a proporção acompanhar o ritmo das inadequações presidenciais, Bolsonaro não emplaca o ano eleitoral de 2020 em boa situação. É improvável, mas não impossível que alcance a unanimidade negativa, assemelhando-se a Dilma Rousseff e ainda mais a Michel Temer.
Note-se que hoje não há político de relevância que defenda ou pelo menos se associe às posições de Jair Bolsonaro. Ao contrário. Muitos de seus aliados de 2018 buscam desde já guardar dele prudente distância. Isso quer dizer que farejam insucesso eleitoral.
De onde conviria o presidente sair de seu estado de negação se não quiser se deparar adiante com a contingência de ser obrigado a transitar para a fase da aceitação de que embora como candidato tenha se saído bem, no governo esse seu jeito não dá certo.
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