Cabo Toffoli e soldado Gilmar (por Diogo Mainardi) – Heron Cid
Bastidores

Cabo Toffoli e soldado Gilmar (por Diogo Mainardi)

25 de agosto de 2019 às 09h50 Por Heron Cid

Um ministro de Jair Bolsonaro me disse que, para fechar o STF, nem era preciso mandar um cabo e um soldado. De acordo com ele, bastava mandar dois escoteiros.

A conversa com o ministro, que pertence à ala mais beligerante do bolsonarismo, ocorreu quatro semanas atrás. De lá para cá, houve uma reviravolta completa: o STF mandou para o Palácio do Planalto um inquérito sigiloso e uma anistia para os familiares de Jair Bolsonaro – e fechou a Lava Jato.

O cabo Gilmar Mendes e o soldado Dias Toffoli, com o apoio do Congresso Nacional e da imprensa verdevaldiana, preparam agora o golpe final: a soltura de Lula.

No melhor cenário, Lula será solto por meio de uma chicana qualquer. Ele nunca mais voltará para a cadeia, porque o STF, depois de soltá-lo, deve impedir o encarceramento de criminosos condenados em segundo grau. Mesmo assim, a Lava Jato ainda poderá sobreviver por algum tempinho. No pior cenário, o processo do tríplex será anulado, e a Lava Jato será exterminada, como a Castelo de Areia.

As próximos semanas, portanto, serão decisivas.

Com uma ressalva, que pode soar meio inocente: os cálculos palacianos desconsideram o fato de que o Brasil tem – teoricamente – 200 milhões de cabos e soldados. Neste momento, eles estão adormecidos no quartel. Mas ninguém sabe o que vai acontecer quando a corneta tocar.

Crusoé

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