Ao arrebatar o comando do PSB, via intervenção branca, o núcleo mais radical do partido assumiu a conta e o risco político.
Quando decidiu ir para a opção do confronto e da destituição, uma ala importante do PSB talvez esqueceu de calcular a gravidade do movimento.
Se a ideia era hostilizar abertamente o governador João Azevêdo, o propósito teve êxito.
Mas toda ação tem reação.
Azevêdo já deu seu tom. Edvaldo Rosas, também, ao contundentemente declarar: “Fiquem com o partido”.
Sendo assim, o setor que se apresenta como mais “raiz” do partido está ficando com o ônus da manobra.
O bônus, presumido, já foi alcançado: o controle da legenda.
Para quê e de que forma será exercido?
Essa resposta vai dizer muito sobre como seguirá a já precária relação do ricardismo com João. E vice-versa.
Esse movimento surge para ampliar a presença, com mais força política, ou consolidar o distanciamento do governo?
A segunda hipótese parece a mais lógica tendência.
O fato é: houve quebra de confiança.
Os girassóis mais inflamados já ruminavam queixas contra Azevêdo. Agora, mais do que nunca, a recíproca é verdadeira.
E, não mais por ciúmes ou vaidades, mas por hostilidade e fato concreto.