Professor da Universidade de Alagoas e com ligações na Paraíba, Alan Curcino escreve ao Blog para contestar o artigo publicado aqui ontem sob o título “434 anos e nenhum museu”. Em síntese, Curcino trata, equivocadamente (e vou explicar a razão), a opinião como fake news e cita trabalhos na área de museologia na UFPB, por exemplo. Prefiro deixar que ele mesmo exponha seu raciocínio. Na sequência comento:
Prezado Jornalista Heron Cid,
Abaixo envio link do ensaio sobre Museologia na UFPB e para saber mais recomendo contato com a sua autora, Professora Luciana Ferreira da Costa: lucianna.costa@yahoo.
Volto ao tema. Compreendo a ponderação do doutor mestre, mas é preciso constar alguns pontos. Há uma enorme diferença entre matéria e opinião, caso do artigo aqui publicado. Reportagem faz levantamentos e informa, artigo opina. Portanto, afaste-se de pronto qualquer fake news, termo da moda para designar alguma matéria falsa.
Claro que conheço e reconheço alguns museus temáticos na Paraíba, entre eles na UFPB, mas são ações pontuais fruto de esforços de abnegados e da Academia. O que estamos falando e debatendo, até em respeito aos profissionais e pesquisadores da área, é que falta a João Pessoa e a Paraíba um espaço proporcional e à altura de uma das mais antigas capitais do Brasil.
Um equipamento que possa abrigar 434 anos de história, que seja um centro real de visitação, não apenas experiências isoladas e escondidas e para onde pouquíssimas pessoas recorrem, atém por desconhecimento de suas respectivas existências. Nesse aspecto, precisamos concordar: João Pessoa é órfã. E, pelas inúmeras mensagens que o Blog recebeu, não sou voz isolada nesse pensamento.
Quando citei instituições que poderiam levantar esse debate, citei a UFPB, onde me graduei em Jornalismo, e a minha própria casa (Associação Paraibana de Imprensa), não para acusar ou culpar, mas para invocar à reflexão e engajamento. Cada qual pelas suas responsabilidades sociais e culturais.
Se existem algumas iniciativas em áreas específicas, aplausos, mas João Pessoa – por sua história e riqueza cultural – merece um ‘monumento’ de ode à a seu acervo de quase cinco séculos. Aliás, essa deveria e deve ser uma luta e uma defesa de especialistas na área, de acadêmicos e intelectuais, gente que – pela efervescência do pensamento – não pode se contentar com pouco e nem com o trivial.