Pois Doria tem tido oportunidade de seguir à risca a dica sem maiores esforços. Trabalha à maneira dos ensinamentos de A Arte da Guerra, com a força do adversário. É o próprio Bolsonaro quem fornece matéria-prima para tal. Quanto maiores são as grosserias cometidas pelo presidente, mais João Doria atua para se diferenciar dele a fim de pavimentar o caminho para uma candidatura presidencial identificada com a direita civilizada já em busca de uma alternativa para 2022.
Nesta semana o governador de São Paulo teve e aproveitou duas chances de demonstrar afastamento “com dignidade”. Rechaçou o ataque gratuito e debochado de Bolsonaro à memória de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e confirmou para hoje, terça, encontro com o chanceler Jean-Yves Le Drian, que no dia anterior havia sido alvo da descortesia do presidente.
Bolsonaro desmarcara uma audiência com o francês em cima da hora alegando urgências de agenda para aparecer no mesmo horário cortando o cabelo em transmissão pela internet. Uma maneira tosca de manifestar contrariedade com as posições sobre meio-ambiente do governo Emmanuel Macron.
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