Uma vez que por aqui se usa o termo xiita para designar um radical de direita e de esquerda, nada demais que Bolsonaro possa ser classificado de xiita. Por que não? Alguma dúvida?
Bolsonaro vê xiitas por toda parte. Em viagem a Vitória da Conquista, na Bahia, atacou os “xiitas ambientais” que, segundo ele, prejudicam o turismo no Brasil e a imagem do país no exterior.
E em mais um rasgo de sinceridade, sem que ninguém lhe tivesse provocado a respeito, declarou para espanto e preocupação dos que o acompanhavam: “Tenho repulsa por quem não é brasileiro”.
A história do Brasil não registra nada de parecido que tenha saído da boca de um presidente da República. Ou mesmo da boca de um líder político de dimensão apenas regional.
O mais nacionalista dos militares da ativa ou da reserva em tempo algum ousou ofender outros povos com a desfaçatez demonstrada por Bolsonaro. E logo por quem…
Jair Messias Bolsonaro, o presidente acidental do Brasil, descende de italianos por parte de pai (Perci Geraldo Bolsonaro) e de mãe (Olinda Boturi). Os primeiros Bolsonaros aqui chegaram em 1889.
O sobrenome (escrito com “z”) é comum na região do Vêneto. O sobrenome Boturi é comum no Vêneto e na região da Toscana. As duas famílias migraram em busca de melhores condições de vida.
A maior colônia de italianos do mundo vive no Brasil. Pelo menos 30 milhões de brasileiros descendem de italianos. Parte da colônia votou com orgulho em um dos seus para presidente.
Até ontem, Bolsonaro só devia explicações aos nordestinos, chamados por ele de “paraíbas”, uma expressão preconceituosa. Passou a dever a todos os povos.
A essa altura, quem mais do que Bolsonaro faz mal à imagem do Brasil lá fora?
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