A imprensa resistiu ao AI-5, mas não vai resistir a Glenn Greenwald.
Como é que a Veja, depois de denunciar a gatunagem lulista por mais de dez anos, sendo retaliada por aquela gente, pode compartilhar mensagens obtidas por criminosos, com o único propósito de enterrar a Lava Jato e tirar da cadeia Lula e seus comparsas? Como é que a Folha de S.Paulo, que sempre se vangloriou de sua autonomia, pode sucumbir às imposturas militantes de um bando de piratas, que manipula e falseia o produto de um crime para inocentar os membros de uma quadrilha?
Os leitores vão castigá-los duramente. E o descrédito vai se espalhar para todos os lados.
O complexo de vira-latas dos jornalistas brasileiros permite que o aventureiro americano passe o dia inteiro no Twitter, arrotando platitudes sobre a liberdade de imprensa, como um novo Thomas Jefferson. Mas ele não é nada disso. Depois de quatro semanas de intenso agitprop, o plano de Glenn Greenwald para desmoralizar a Lava Jato e libertar o chefe da ORCRIM está se revelando um fiasco. E o motivo é um só: Sergio Moro e Deltan Dallagnol, ao contrário dos bandidos que eles prenderam, fizeram tudo certinho, sem atropelar a lei.
O AI-5 de Verdevaldo não tem DOI-CODI nem pau-de-arara: a imprensa entregou-se espontaneamente a seu algoz. Se os jornalistas quiserem, posso torturá-los ainda mais, contando o que vai ocorrer a partir de agora. Em primeiro lugar, a PF vai prender o responsável pelos ataques aos telefones celulares dos procuradores de Curitiba. Em seguida, sua rede de contatos também será revelada. Quando esses nomes vierem à tona, a trama lulista vai explodir espetacularmente.
Eu sei disso porque é o que vem se repetindo há quatro anos e meio. Já vimos essa história: criminosos muito poderosos se mobilizam para destruir a Lava Jato, advogados bombardeiam a imprensa com falsos vazamentos e pareceres de juristas coniventes, ministros do STF tentam intimidar Sergio Moro e, no fim, os bandidos terminam na cadeia.
Desta vez, porém, há uma novidade: o golpe partiu da imprensa. E ela, tristemente, vai se espatifar.
Crusoé