Foi uma tarde de julgamento no TRE da Paraíba, mas não passou ainda do voto do relator da Aije do Empreender, o desembargador José Ricardo Porto. Em síntese, o magistrado até reconheceu abuso no mérito, mas não suficiente para cassar ou decretar inelegibilidade do ex-governador Ricardo Coutinho e da vice Lígia Feliciano. Aplicou multa a gestores e ordenadores de despesas por irregularidades apontadas e deixou de reconhecer o principal da acusação do Ministério Público Federal: o uso eleitoreiro da concessão de empréstimos do programa Empreender. Uma ducha de água fria em quem esperava um voto mais contundente e capaz de decretar a inelegibilidade de Coutinho. Os advogados de defesa, Marcelo Weick e Fábio Brito, que seguraram o julgamento por quase cinco anos, começaram a partida ganhando por 1 x 0. Com pedido de vista do juiz Antônio Carneiro Júnior, outras águas ainda irão rolar no próximo dia 18. Nada que anime os adversários, que independente do restante da apreciação e dos votos dos demais juízes, já jogaram a toalha. A julgar pela reação hoje do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB), interessado no desfecho: “Na Paraíba, a Justiça Eleitoral não apenas tarda, como também falha. Uma vergonha o que aconteceu ontem. É nojento”, desabafou.